sexta-feira, 1 de julho de 2011

Dica de Exposição

Lençóis Esquecidos no Rio Vermelho

Foto de Paulo Rezende: cenários goianos com intervenções de Selma Parreira
Foto de Paulo Rezende: cenários goianos com intervenções de Selma Parreira 

Foto de Alois Feichtenberger: cenários goianos com intervenções de Selma Parreira
Foto de Alois Feichtenberger: cenários goianos com intervenções de Selma Parreira 

Uma instalação da artista plástica Selma Parreira sobre o trabalho das lavadeiras da cidade de Goiás pode ser vista a partir de amanhã no Museu da Imagem e do Som de Goiás (MIS), na Praça Cívica. O vernissage de abertura será hoje, às 19 horas. Intitulada Lençóis Esquecidos no Rio Vermelho , a obra é fruto de uma pesquisa que a artista realizou junto às lavadeiras da antiga capital, que ficaram conhecidas por lavar roupa no Rio Vermelho, manancial onde elas também secavam em varais peças de vestuário, roupa de cama, entre outros.

Selma Parreira, que iniciou sua trajetória artística em 1980 com gravura e pintura, transitou para a fotografia e, recentemente, para a intervenção urbana. Ela explica que a mostra reúne, além da instalação com peças como bacias, lençóis e outros apetrechos usados pelas lavadeiras, um video-documentário realizado em 2009 - época de sua pesquisa - com depoimento de lavadeiras e moradores da cidade de Goiás.

Selma Parreira acrescenta que escolheu lançar a mostra no MIS porque foi lá que ela iniciou sua pesquisa, a partir de fotografias antigas do pioneiro Alois Feichtenberger. "A exposição incorpora nove imagens em preto-e-branco deste fotógrafo que tão bem retratou a paisagem da velha capital. Outras seis fotos de minha intervenção urbana sobre as lavadeiras também integram a exposição", explica Selma Parreira.

Cotidiano

A pesquisa da artista, que é professora da Faculdade de Artes Visuais da UFG e diretora da galeria da FAV, registra e discute de forma poética as transformações ocorridas na vida cotidiana das cidades. Além da instalação, o foco da mostra vai para as fotografias, expostas em grandes formatos, que revelam cenas do cotidiano do início do século 20 e, também, em imagens coloridas, a paisagem do Rio Vermelho em 2009, durante a intervenção da artista na cidade de Goiás.

Imagens de mulheres lavando roupas no Rio Vermelho, uma atividade comum em várias cidades e vilarejos brasileiros que se extinguiu ao longo do tempo, foram alvo das lentes do fotógrafo Alois Feichtenberger. Em fotos preto-e-branco, ele documentou a cidade vilaboense entre 1930 a 1950, numa obra que integra o acervo do Museu da Imagem e do Som de Goiás. O acervo conta ainda com registros de Dom Candido Penso, bispo italiano e fotógrafo que viveu em Goiás e cedeu suas imagens para coleção do Museu de Arte Sacra da Boa Morte, em Goiás.

Além das fotos da intervenção urbana de Selma Parreira, as fotografias recentes em imagens coloridas datadas de 2009 são assinadas pelos fotógrafos Paulo Rezende e Vicente Sampaio, que registraram as alterações na paisagem do Rio Vermelho e da cidade provocadas pelo desenvolvimento urbano. Um recorte desse panorama também foi inspiração para uma proposta de videoarte que contou com a colaboração do cineasta Pedro Diniz. No ano passado, o trabalho de Selma Parreira foi apresentado em mostra coletiva no Centro Cultural Dragão do Mar. Seu projeto é fruto do edital Arte e Patrimônio 2009, uma iniciativa do Iphan / Ministério da Cultura, que contou com o patrocínio da Petrobras e o apoio da Faculdade de Artes Visuais da UFG e do Proec.

Exposição: Lençóis Esquecidos do Rio Vermelho, de Selma Parreira
Vernissage: Hoje, às 19 horas (aberto ao público)
Visitação: De amanhã até 30 de setembro
Local: Museu da Imagem e do Som de Goiás (Praça Cívica, nº2, Centro Cultural Marieta Telles Machado)
Informações: 3201-4673

Fonte: Jornal O Popular

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